Juiz homologa plano de grupo do agro em RJ por R$ 236 milhões

O juiz Márcio Aparecido Guedes, da 1ª Vara Cível de Cuiabá, homologou o plano de recuperação judicial do Grupo Bergamasco e ordenou o início do processo para renegociar os R$ 236 milhões em dívidas. Em decisão proferida nesta terça-feira (14), o magistrado considerou a aprovação quase unânime dos credores em relação à proposta de soerguimento apresentada.
O plano obteve a aprovação necessária em todas as classes de credores, com destaque para a aprovação unânime nas classes de Credores com Garantia Real e Microempresas/Empresas de Pequeno Porte. “Desse modo, à luz da regularidade formal do ajuste, da inexistência de óbices jurídicos e da sua evidente utilidade para a preservação da atividade empresarial, homologo, para os seus jurídicos e legais efeitos, o acordo firmado entre o grupo Bergamasco”, anotou o juiz.
Pedido de recuperação judicial foi deferido em 2023 pela 1ª Vara Cível. O grupo é formado pela família de produtores rurais José Osmar Bergamasco, Jefferson C. Bergamasco e Jacson C. Bergamasco que possui atividades nos municípios de Nova Mutum, Tapurah e São José do Rio Claro com produção de soja, milho e criação de gado. Há mais de 50 anos em atividade, atualmente as empresas do grupo empregam 36 funcionários diretos.
No pedido de recuperação judicial o grupo citou a baixa produtividade por conta da escassez de chuvas na região em 2017, a alta dos juros, a pandemia, e até mesmo um incêndio acidental na plantação, no qual o senhor José Bergamasco teve 50% do corpo queimado ao tentar ajudar no combate às chamas.
Os produtores rurais chegaram em Mato Grosso em 1995, com a compra de cinco mil hectares no município de Tapurah/MT, nomeada Fazenda Três Irmãos. No ano seguinte arrendaram a Fazenda Colibri, com 380 hectares para plantio em Nova Mutum. Em 2003, após a dissolução de uma sociedade, o grupo passou a ter 1,7 mil hectares em Tapurah, onde produziam na lavoura e tinham a criação de gado de corte.
Em 2017 compraram a Fazenda Mata Azul, também em Nova Mutum, com a 1.830 hectares de área total e 1.450 de área de plantio. compraria mais duas fazendas.
Já em 2018 arrendaram outras duas novas áreas, uma de lavoura, com área de cinco mil hectares, denominada fazenda Vista Alegre e outra para pecuária, com área de 1,2 mil hectares, ambas no município de São José do Rio Claro.
Após o início da crise, onde enfrentaram baixa produtividade, anomalias nos grãos, alta dos juros, pandemia e até mesmo um incêndio, o grupo vendeu em 2021 a Fazenda Mata Azul, de 1,8 mil hectares para quitar dívidas a curto prazo.
Hoje com dívidas de R$ 236 milhões, buscam na recuperação judicial a alternativa para dar conta de quitar os débitos contraídos com os credores.
Fonte: https://www.olharjuridico.com.br/noticias/exibir.asp?id=60990